E. E. LUIZ DE BESSA - 1º ANO e 1º EJA

CONVÍVIO SOCIAL E ISOLAMENTO


A vida em grupo é uma exigência da natureza humana. O homem necessita de seus semelhantes para sobreviver.

Conceitos Básicos para compreensão sociológica


Sociabilidade
Capacidade natural da espécie humana para viver em sociedade.

Socialização
É o processo social global pelo qual o indivíduo se integra ao grupo em que nasceu. Assimilando o conjunto de hábitos e costumes.

Contato Social
É a base da vida social, é a fase da associação humana onde ocorre as interações sociais.

  • Contato Primário
São os contatos pessoais, diretos (face a face) e que têm uma forte base emocional. Onde as pessoas envolvidas compartilham suas experiências individuais.
Ex.: familiares, vizinhos (amigos/escola)
  • Contato Secundário
São contatos impessoais, calculados, formais: é mais um meio para atingir determinado fim.
Ex.: relações de trabalho, relação que se estabelece entre o passeiro e o cobrador do onibus, o caixa do banco e o cliente...

A história demonstra que “o convívio social foi e continua sendo decisivo para o desenvolvimento da humanidade” (OLIVEIRA, 2005, p. 118-19).

• Sociabilidade + Contato primário + Contato secundário = Socialização
                     
Com advento da globalização e de novas tecnologias aprofundam-se as transformações da sociedade. Novas formas de sociabilidade surgem nos grandes centros urbanos. O “tribalismo”, em um sentido amplo, que ultrapassa o sentido comum ligado à idéia de tribos indígenas, se torna uma das formas de expressão desses novos tipos de sociabilidade, como os punks, os surfistas, os skinheds, os funkeiros, as torcidas organizadas de futebol e as gangues da periferia urbana. Eles se reúnem em torno de afinidades ou interesses. Novas “tribos” também estão surgindo a partir do desenvolvimento de novas tecnologias da informação e da internet com as comunidades virtuais.
Nestas e em outras formas de convívio social (socialização), o compartilhamento entre os indivíduos se dá pelos contatos sociais, seja ele do tipo primário ou secundário.

CONTRASTE ENTRE OS TIPOS DE CONTATOS

CONTATO PRIMÁRIO

- onde há: simpatia, afeição, amor, lealdade, consideração: família, grupo de brinquedo, pequena vila, etc;

- onde as relações são: espontâneas, informais, sentimentais, íntimas, pessoais, intensas, completas, relativamente permanentes, um fim em si mesmas;
- onde os indivíduos: tentam assumir os papéis dos outros; identificar-se continuamente uns aos outros; compartilhar quase a totalidade de suas respectivas experiências, alegrias, tristezas, esperanças, sucessos e fracassos;
- onde o controle social é intenso, efetivo, poderoso devido às “expectativas de comportamento” e “direitos morais” que os outros vêm a exercer sobre cada indivíduo
.
CONTATO SECUNDÁRIO

- onde há atitudes de indiferentismo, falta de intimidade, de interesse pessoal;

- onde há atitudes de indiferentismo, falta de intimidade, de interesse pessoal;
- onde as relações sociais são: premeditadas, formais, racionais distantes, impessoais, frouxas, fragmentadas, transitórias, antes meios para fins do que um fim em si mesmas;
- onde os indivíduos não tentam: assumir os papéis dos outros; identificar-se uns aos outros; compartilhar de suas respectivas experiências;
- onde o controle social é fraquíssimo, devido ao fato de cada indivíduo não sentir-se na necessidade de corresponder às “expectativas de comportamento”.

Algumas atitudes podem levar o indivíduo a um Isolamento Social, dificultando o convívio deste com os grupos sociais.
Abaixo apresentam-se alguns tipos de atitudes sociais, que podem reforçar o isolamento social dos indivíduos:

Isolamento social de ordem Individual e social.

De ordem social.

 Atitudes que envolvem vários tipos de preconceitos: anti-semitismo (doutrina ou movimento contra os judeus), apartheid (sistema de segregação racial que era praticado na África do Sul privilegiando a maioria branca) e preconceitos diversos tais como: cor, religião, sexo etc.

De ordem individual

 Atitudes que ocorrem quando o individuo é levado pela timidez, desconfiança e preconceito, se agregando a um grupo com as suas mesmas características.

Portanto as relações de convívio social, nesta nova sociedade globalizada, podem favorecer o convívio social ou o isolamento.

3º BIMESTRE

TEMA I: CIDADANIA


O que é Cidadania

A origem da palavra cidadania vem do latim “civitas”, que quer dizer cidade. A palavra cidadania foi usada na Roma antiga para indicar a situação política de uma pessoa e os direitos que essa pessoa tinha ou podia exercer. Segundo Dalmo Dallari:

“A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social”.

(DALLARI, Direitos Humanos e Cidadania. São Paulo: Moderna, 1998. p.14)

No Brasil, estamos gestando a nossa cidadania. Damos passos importantes com o processo de redemocratização e a Constituição de 1988. Mas, muito temos que andar. Ainda predomina uma visão reducionista da cidadania (votar, e de forma obrigatória, pagar os impostos... ou seja, fazer coisas que nos são impostas) e encontramos muitas barreiras culturais e históricas para a vivência da cidadania. Somos filhos e filhas de uma nação nascida sob o signo da cruz e da espada, acostumados a apanhar calados, a dizer sempre “sim senho?, a «engolir sapos”, a achar “normal” as injustiças, a termos um “jeitinho’ para tudo, a não levar a sério a coisa pública, a pensar que direitos são privilégios e exigi-los é ser boçal e metido, a pensar que Deus é brasileiro e se as coisas estão como estão é por vontade Dele.

Os direitos que temos não nos foram conferidos, mas conquistados. Muitas vezes compreendemos os direitos como uma concessão, um favor de quem está em cima para os que estão em baixo. Contudo, a cidadania não nos é dada, ela é construída e conquistada a partir da nossa capacidade de organização, participação e intervenção social.

A cidadania não surge do nada como um toque de mágica, nem tão pouco a simples conquista legal de alguns direitos significa a realização destes direitos. É necessário que o cidadão participe, seja ativo, faça valer os seus direitos. Simplesmente porque existe o Código do Consumidor, automaticamente deixarão de existir os desrespeitos aos direitos do consumidor ou então estes direitos se tornarão efetivos? Não! Se o cidadão não se apropriar desses direitos fazendo-os valer, esses serão letra morta, ficarão só no papel.

Construir cidadania é também construir novas relações e consciências. A cidadania é algo que não se aprende com os livros, mas com a convivência, na vida social e pública. É no convívio do dia-a-dia que exercitamos a nossa cidadania, através das relações que estabelecemos com os outros, com a coisa pública e o próprio meio ambiente. A cidadania deve ser perpassada por temáticas como a solidariedade, a democracia, os direitos humanos, a ecologia, a ética.

A cidadania é tarefa que não termina. A cidadania não é como um dever de casa, onde faço a minha parte, apresento e pronto, acabou. Enquanto seres inacabados que somos, sempre estaremos buscando, descobrindo, criando e tomando consciência mais ampla dos nossos direitos. Nunca poderemos chegar e entregar a tarefa pronta, pois novos desafios na vida social surgirão, demandando novas conquistas e, portanto, mais cidadania.


ATIVIDADE

1. Qual a origem da palavra cidadania e o que significa?

2. Na Roma antiga, a palavra cidadania foi usada para indicar o que?

3. Quando o autor diz que no Brasil ainda predomina uma visão reducionista de cidadania, o que ele pretende dizer?

4. Para Dallari, o que é cidadania?

5. Para o autor, como é conquistada a cidadania?

6. Você exerce cidadania? Como?


TEMA II: A CULTURA

TÓPICO I: TODAS AS PESSOAS TEEM CULTURA



A forma que os cidadãos vivem no Brasil é da mesma forma que os cidadãos do Japão vivem? Para se pensar em cultura, precisamos conhecer os valores, os conhecimentos, os modos de viver de um determinado grupo, entre outros fatores. Dessa forma, cada povo tem sua própria cultura. Cada sociedade elabora sua própria cultura e recebe influencia de outras culturas. Todas as sociedades, desde a mais simples até a mais complexa, possuem cultura. Desde que nasce, o homem é influenciado pelo meio social em que vive. Ao não ser o recém-nascido e os raros indivíduos que foram privados do convívio humano, não há pessoa desprovida de cultura. A cultura é um estilo de vida próprio, um modo de vida particular, que todas as sociedades possuem e que caracteriza cada uma delas. A cultura compreende artefatos, bens, processos técnicos, idéias, hábitos e valores herdados. (OLIVEIRA, Pérsio Santos, 1996, p. 88-89) A aquisição e a perpetuação da cultura é um processo social e não biológico, veja o exemplo abaixo:



“Há alguns anos, conheci em Nova York um jovem que não falava uma palavra em inglês e estava evidentemente perplexo com os costumes americanos. Pelo sangue, era tão americano como qualquer outro, pois seus pais eram de Indiana e tinham ido para a China como missionários. Órfão desde a infância, fora criado por uma família chinesa, numa aldeia perdida. Todos os que o conheceram o acharam mais chinês do que americano. O fato de ter olhos azuis e cabelos claros impressionava menos que o andar chinês, os movimentos chineses dos braços e das mãos, a expressão facial chinesa e os modos chineses de pensamento. A herança biológica era americana, mas a formação cultural fora chinesa. Ele voltou para a China.” (Clyde Kluckhohn)



ATIVIDADE



1. A forma que os cidadãos vivem no Brasil é da mesma forma que os cidadãos do Japão vivem? Por quê?

2. O que é cultura?

3. Como adquirimos a cultura?

4. Como podemos perceber a cultura de um determinado povo?



TÓPICO II: CULTURA MATERIAL E CULTURA NÃO-MATERIAL



Toda cultura tem um aspecto material e outro não material.

A cultura material consiste em todo o tipo de utensílios, ferramentas, instrumentos, máquinas, objetos, etc. utilizados por um grupo social. Por exemplo, no interior do Noredeste a farinha de mandioca é alimento básico, na cidade do Rio de Janeiro o cristo redentor.

A cultura não-material abrange todos os aspectos não-materiais da sociedade, tais como: regras morais, religião, costumes, ideologia, ciências, artes, etc. Por exemplo: a maioria da população segue a religião católica, não há pena de morte na legislação do Brasil e, embora proibido por lei, o preconceito racial é bastante claro no país.

Existe, porém, uma interdependência entre a cultura material e cultura não-material. Quando, por exemplo, assistimos à apresentação de uma orquestra, sabemos que as musicas apresentadas são produto da criatividade de um ou mais músicos. Entretanto, para comunicar sua criação aos outros, os artistas valem-se de instrumentos musicais para a sua exteriorização, também as religiões, de um modo geral, necessitam de templos, altares e outros elementos materiais para que possam ser praticadas.



ATIVIDADE



1. O que é cultura material?

2. Como percebemos a cultura não-material?

3. A cultura material independe da cultura não-material? Justifique.

4. Dê dois exemplos de cultura material e não-material do Estado de Minas Gerais.



TÓPICO III: O CONTATO ENTRE CULTURAS



Durante a colonização do Brasil, ocorreram intensos contatos entre a cultura do colonizador português e as culturas dos povos indígenas e dos africanos trazidos como escravos.

Como conseqüência desse contato, ocorreram modificações na cultura dos brancos – que assimilaram muitos costumes das outras – e também nas culturas indígenas e africanas – que foram dominadas e perderam grande parte de suas características.

Desse processo de contato e mudança cultural – conhecido como aculturação – resultou a cultura brasileira.

Quando dois ou mais grupos entram em contato direto e continuo, geralmente ocorrem mudanças culturais nos grupos, pois verifica-se a transmissão de traços culturais de uma sociedade para outra. Alguns traços são rejeitados e outros aceitos, incorporando-se, frequentemente, com alterações significativas, à cultura resultante.



TÓPICO IV: CONTRACULTURA



Nas sociedades contemporâneas encontramos pessoas que contestam certos valores culturais vigentes, opondo-se radicalmente a eles, num movimento chamado contracultura. O trabalho, o patriotismo, a acumulação de riquezas, a ascensão social são valores culturais considerados importantes em nossa sociedade. O movimento hippie da década de 60 foi um movimento de contracultura, porque se opunha radicalmente a esses valores.



TÓPICO V: SOCIALIZAÇÃO E CONTROLE SOCIAL



“Nove décimos de tudo o que você faz, diz, pensa, sente, desde que se levanta de manhã cedo até que vai para cama de noite, você diz, faz, pensa, sente, não como expressão própria, independente, mas em conformidade inconsciente e sem critica com regras, regulamentos, hábitos grupais, padrões, códigos, estilos e sanções que existiram muito antes que você nascesse”. (G. Smith Russel)



Já vimos que a sociabilidade, a tendência natural para viver em sociedade, é desenvolvida através do processo de socialização, pelo qual o individuo se integra no grupo em que nasceu, assimilando sua cultura.

A socialização é o ato de transmitir ao individuo, de inculcar em sua mente os padrões culturais da sociedade. É o processo social mais glogal.

O controle social funciona como o maior instrumento de socialização. O olhar de reprovação dos pais quando uma criança toma sopa fazendo barulho, ou a gozação que os adolescentes fazem se um deles aparece vestido de terno e gravata são exemplos de controle social.

O controle social são as formas pelas quais a sociedade inculca os valores do grupo na mente de seus membros, para evitar que adotem um comportamento divergente (não aceito). O controle social tem por objetivo fazer com que cada individuo tenha o comportamento esperado. É o controle, por exemplo, que nos leva a manter a cabeça descoberta, enquanto até algumas décadas atrás esse mesmo controle fazia com que a maioria das pessoas usasse chapéu. Desse modo, o controle social leva as pessoas a evitarem um determinado comportamento em certa época e a adota-la em outro. Assim foi com a calça comprida para as mulheres, a minissaia, a roupa de banho, o cabelo comprido, etc.

A primeira agencia de controle social é a família. Desde que nasce, a criança é orientada, controlada, moldada pelo grupo familiar. Depois da família, temos a Igreja, a escola e o Estado: são todos agencias formais ou institucionalizadas de controle social.

Quando algumas sanções estabelecidas pela sociedade não são suficientes para exercer controle social, surge a necessidade de elaborar mais leis e instituições encarregadas especificamente do controle social. Nas sociedades modernas, mais complexas, aumenta a presença da instituição jurídica, da instituição policial e do Estado, substituindo os controles espontâneos que antes predominavam.



ATIVIDADE



1. O que você entende por socialização?

2. O que é controle social? Qual o objetivo dele?

3. Quais são as primeiras instituições que transmitem o controle social?

4. Porque nas sociedades modernas aumenta cada vez mais a presença da instituição jurídica, policial e do Estado no controle social?


EXERCITANDO OS CONHECIMENTOS...


1. Explique com suas palavras o que é cultura.

2. Como os seres humanos adquirem cultura?

3. Explique a afirmação: “não há sociedade sem cultura, do mesmo modo que não há ser humano destituído de cultura”.

4. Dê quatro exemplos de elementos da cultura material que o rodeia.

5. Dê quatro exemplos de elementos da cultura não-material que você teve ou tenha contato.

6. Dê um exemplo de padrão da nossa cultura ligada ao comportamento masculino e outro ligado ao comportamento feminino.

7. Dê um exemplo de controle social presente em sua vida.

8. Explique com suas palavras o objetivo do controle social.


3 comentários:

  1. ADOREI,FABIANA.
    QUERIA SABER MINHAS NOTAS DOS TRÊS BIMESTRES.
    HÁ FALTA A MATERIA DO 4ºBIMESTRE.
    NÁDIA 1ºEJA

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  2. Nao tem as respostas nao queria tirar minhas duvidas

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